Justiça brasileira decide se vai extraditar ídolo do Santos para ser preso na Itália
Em decisão tomada nesta quinta-feira (3), a Justiça brasileira negou a extradição do ex-atacante Robinho para a Itália, onde ele foi condenado a nove meses de prisão por um crime de violência sexual em 2013. Desta forma, existe a chance da Justiça italiana pedir o cumprimento da pena de Robinho em solo brasileiro.
O pedido de extradição de Robinho foi feito pelo Ministério da Justiça italiano no mês de outubro, nove meses depois da confirmação da sentença de Robinho pela Suprema Corte do país europeu. Segundo Jacopo Gnocchi, advogado da vítima de Robinho, a decisão do governo brasileiro era esperada.
“Essa era uma resposta previsível. Conhecíamos a Constituição brasileira, mas o que nos sensibiliza é que nesse caso específico um instrumento que deveria defender o cidadão foi usado como escudo para fugir da condenação e para obter impunidade. Agora esperamos que a pena seja executada no Brasil, mas sei o que há a necessidade de se fazer um outro processo para isso.”, afirma Gnocchi.
No entanto, a possibilidade de Robinho cumprir pena no Brasil é dificultada pelo Código Penal brasileiro. A sentença estrangeira só é aplicada no Brasil em duas situações: a primeira é pela reparação de danos e a segunda, pela homologação para efeitos de tratados.
Entenda o caso
O caso aconteceu em Milão, na boate Sio Cafe, durante a madrugada de 22 de janeiro de 2013. A vítima é uma mulher albanesa que, na época, comemorava seu aniversário de 23 anos. Além de Robinho, outros cinco brasileiros foram denunciados por terem participado do ato.
Robinho não compareceu a nenhuma das audiências nos quase seis anos de julgamento. O caso voltou à tona em outubro de 2020 quando o site “Globoesporte.com” publicou trechos de conversas interceptadas pela polícia italiana, nas quais Robinho e os amigos fazem “pouco caso” da vítima e admitem o crime.
Desde a condenação, Robinho vive longe dos holofotes. O ex-jogador não possui redes sociais e vive isolado em uma casa na cidade de Santos. Ele é visto com frequência no CT Rei Pelé, graças ao seu filho, Robson Júnior, que passou em um teste no clube para atuar na categoria sub-15.